sábado, 9 de janeiro de 2016

Portugal 2020: incentivos financeiros para formação em gestão agrícola e uso eficiente da água



 08 Janeiro 2016, 

Foi esta semana publicado o Aviso do Sistema de Incentivos – Projetos Conjuntos Formação - Ação FSE, do POCI - Programa Operacional da Competitividade e Internacionalização, no âmbito do Portugal 2020.
O objetivo deste aviso consiste em conceder apoios financeiros a projetos exclusivamente de formação e realizados com recurso à metodologia de formação, que visem a melhoria das Pequenas e Médias Empresas (PME) em nove áreas temáticas:
A. Gestão Agrícola
B. Uso Eficiente da Água
C. Eficiência Energética
D. Marca - Marketing
E. Certificação da Gestão Florestal Sustentável
F. Segurança e Higiene no Trabalho Agrícola
G. Mecanização Agrícola
H. Agricultura Biológica
I. Produção e Proteção Integradas

Saiba mais sobre este aviso aqui.

Presidente da República condecorou empresário João Paulo Crespo


O empresário João Paulo Crespo, da Fertiprado, empresa sediada na Herdade Esquerdos, em Vaiamonte, foi distinguido com o grau de Comendador da Ordem do Mérito Empresarial, Classe do Mérito Agrícola, tal como o Linhas avançou na edição impressa de 23 de Dezembro de 2015.

A cerimónia de agraciamento decorreu em Macieira de Cambra e marcou o encerramento das oito jornadas do Roteiro para uma Economia Dinâmica, iniciativa promovida pelo Presidente da República (PR).

O PR, nesta cerimónia realizada em Dezembro, condecorou 14 empresários que são "expressão do dinamismo da economia". Numa sessão de encerramento que decorreu no Centro Cultural de Macieira de Cambra, Cavaco Silva recordou que o roteiro, ao longo de quase dois anos, lhe permitiu contactar de perto com múltiplos sectores da economia portuguesa. "Propus-me dar visibilidade, com este Roteiro, o mais longo dos meus mandatos, a exemplos de inegável sucesso empresarial, muitos deles, creio, desconhecidos da maioria dos portugueses. Empresas essencialmente exportadoras, dotadas de forte dinamismo, de ambição e de capacidade de inovar e competir", explicou o PR.

Para o PR, em tempos difíceis, as empresas que visitou contribuíram para reforçar o perfil exportador da economia portuguesa: "Recusando lamentações estéreis, os empresários portugueses foram capazes de encontrar novos caminhos para se afirmarem em mercados exigentes, dando corpo a uma das mais notáveis transformações da economia portuguesa nos últimos anos. Pude constatar, ao longo destas oito jornadas, como a indústria transformadora portuguesa, outrora condenada por muitos ao declínio – se não ao desaparecimento – operou nas últimas décadas uma pequena revolução. Longe de perder os seus sectores mais tradicionais de actividade, como sejam o calçado, o têxtil e vestuário, o mobiliário e as pedras ornamentais, cuja modernização e adaptação às novas realidades de mercado é inegável, a indústria portuguesa renasceu e atravessa um momento de intensa renovação".

Cavaco Silva agraciou as seguintes personalidades: Agostinho da Silva, Álvaro Gouveia e Fernando Sousa, todos da CEI, foram agraciados com o grau de comendador da Ordem do Mérito Empresarial, Classe do Mérito Industrial. Com o mesmo grau e ordem, foram também condecorados Paula Roque (Revigrés), Avelino Gaspar (Lusiaves), Benjamim Santos (Indasa), João Carlos Novo (Motofil), José Paulo Martins da Silva (JPM), Manuel Tarré (Gelpeixe), Paulo Dunões (Kerion), Pedro Araújo (Polisport) e Samuel Delgado (Solancis). João Silva (Adega Cooperativa de Távora) e João Paulo Crespo (Fertiprado) foram agraciados como grau de Comendador da Ordem do Mérito Empresarial, Classe do Mérito Agrícola.

Produção de vinho cresce acima do esperado em 2015



 08 Janeiro 2016, sexta-feira  Viticultura
vinho
Dão, Lisboa e Távora-Varosa foram as regiões com maiores aumentos, enquanto os produtores alentejanos registaram a maior quebra face à campanha anterior.
Portugal produziu mais de sete milhões de hectolitros de vinho em 2015, o que representa um aumento de 13% face à campanha anterior, segundo os dados oficiais apurados esta sexta-feira, 8 de janeiro, pelo Instituto da Vinha e do Vinho (IVV).
Este aumento registado no final do ano passado ultrapassa as expectativas do próprio instituto público liderado por Frederico Falcão, que em agosto tinha previsto um aumento de cerca de 8%, para um volume total de 6,7 milhões de euros, na sequência da quebra registada no ano anterior.
«Em agosto de 2015, os dados recolhidos junto das regiões produtoras previam, na sua maioria, uma colheita excecional traduzida em maior quantidade e melhor qualidade, assente no bom desenvolvimento vegetativo das vinhas e no seu bom estado sanitário. A continuação das condições climáticas favoráveis, antes e durante a vindima, potenciou o aumento da produção, traduzindo-se num acréscimo de mais 5% face ao previsto», resume o IVV em comunicado.
É o segundo ano consecutivo em que as previsões feitas pelo IVV antes da vindima pecam por escassas. Já em 2014, a quebra na produção acabou por ser mais ligeira (-0.8%) justificada na altura com as baixas expectativas em agosto e a chuva durante a época de colheita das uvas.
O presidente do IVV, Frederico Falcão, considera que «este aumento significativo da produção em Portugal, que foi também acompanhado em termos qualitativos, vai contribuir para uma melhoria nos stocks de vinho e potenciar o aumento das exportações de vinho nacionais, resultando também numa diminuição das importações».
Em termos regionais, o Dão, Lisboa e Távora-Varosa destacaram-se por aumentos de produção superiores a 30% face a 2014/2015 – a primeira obteve o maior acréscimo percentual (42%) e a segunda o maior aumento em volume (mais 320 mil hectolitros). A região dos Verdes e do Douro obtiveram igualmente «aumentos significativos», de 26% e 14%, respetivamente.
Em sentido contrário, a região do vitivinícola do Alentejo, que em novembro do ano passado passou a ser liderada por Francisco Mateus, um ex-quadro do IVV que substitui Dora Simões após dois mandatos, registou a maior quebra em volume: os 70 mil hectolitros a menos correspondem a um recuo de 6%).
A nível europeu, o crescimento da produção ficou-se pelos 3%, embora a líder Itália tenha registado uma trajetória de crescimento percentual semelhante à portuguesa. Em termos absolutos, as distâncias ficam bem à vista. Só o acréscimo alcançado em 2015 pelos produtores italianos foi de 5,6 milhões de hectolitros.
Portugal é o 12.º maior produtor e o nono maior exportador de vinho a nível mundial.
Em termos de valor, as empresas portuguesas exportam cerca de 60% da produção e conseguem vender no exterior os seus vinhos engarrafados pelo quarto preço médio mais elevado em todo o mundo (2,55 euros por litro em 2014, o último ano para o qual há dados disponíveis), só atrás da França, Nova Zelândia e Estados Unidos.
Fonte: Negócios 

Hortas urbanas: startup quer inovar em Portugal



 08 Janeiro 2016, sexta-feira

Chama-se Noocity – Urban Ecology e assume-se como uma startup que ambiciona trazer para Portugal o movimento "Grow Your Own" (cultivo dos próprios alimentos).
Uma das intenções passa por revolucionar o conceito de hortas urbanas com a introdução de uma solução que reduz, ao mínimo, o trabalho e os pré-requisitos de instalação e manutenção.
A Noocity – Urban Ecology criou uma pequena caixa onde as plantas crescem com um sistema de autorega e autonutrição, tendo sido, a propósito destas ideias inovadoras, em setembro, premiada pelo IDB Bank (Banco Ibero Americano para o Desenvolvimento) como uma das 12 startups (entre mais de 200) mais disruptivas para a melhoria da qualidade de vida nas cidades.
Outras apostas, como por exemplo o da água, permanecem também na mira da Noocity.
Fotos: Noocity

CE vai aprofundar em 2016 reforma da política comercial

08-01-2016 

 
A Comissão Europeia vai aprofundar, ao longo de 2016, os trabalhos para reformar a política comercial, tendo como base três factores como a eficácia, transparência e valores.

Segundo a comunicação "Comércio para todos: em direcção a uma política comercial e de investimento mais responsável", apresentada a 14 de Outubro, a Comissão Europeia (CE) explica em que linha se deve reformar a política comercial e quais são as principais áreas geográficas de interesse para direccionar as relações comerciais ou iniciar a negociação de novos tratados.

A Comissão considera que a sua política comercial deve ser mais eficaz para «assegurar realmente que o comércio cumpre a sua promessa de novas oportunidades económicas». Isto significa, segunda a nota de imprensa da CE, abordar as questões que afectam a economia actual como os serviços e o comércio digital. Também sugere dar mais apoio às pequenas e médias empresas (PME) e, neste sentido, propõe a inclusão de disposições eficazes para as PME nos futuros acordos comerciais.

Em relação à transparência, a Comissão pretende dar maior difusão aos documentos que compõem as negociações comerciais; à semelhança das negociações para o Acordo de Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento (TTIP, sigla em inglês).

No que diz respeito aos valores, a Comissão quer assegurar que os acordos comerciais sejam estabelecidos segundo o modelo social e normativo europeu. Especifica que vai promover «o uso de acordos comerciais e programas como alavanca para promover, em todo o mundo, os valores europeus, tais como o desenvolvimento sustentável, os direitos humanos, o comércio justo e ético e a luta contra a corrupção. Isto significa incluir normas contra a corrupção nos acordos comerciais da União Europeia e verificar que os parceiros comerciais do bloco europeu implementem disposições sobre as regras fundamentais do trabalho e a implementação de esforços para garantir uma gestão responsável da cadeia de fornecimento.

Na comunicação, a CE especifica também os países e áreas de interesse para a sua política comercial, como a Ronda de Doha de negociações da Organização Mundial do Comércio (OMC), o acordo comercial com os estados Unidos, de comércio livre entre a UE-Japão e o acordo de investimento entre a UE e a China.

Bruxelas considera também muito importante a região da Ásia-Pacífico, com a especial intenção de melhorar as relações comerciais com a Austrália, Nova Zelândia, Filipinas e Indonésia, o que presumia solicitar especificamente um mandato dos Estados-membros da UE para as negociações de livre comércio com a Austrália e Nova Zelândia. Pretende ainda aprofundar as relações da UE com alguns países de África, assim como actualizar alguns tratados de livre comércio como o do México e do Chile e a União alfandegária com a Turquia.

Fonte: Agrodigital


Preço mundial dos alimentos baixa graças aos cereais, lacticínios e carne

08-01-2016 

 
Os preços dos principais produtos alimentares baixaram pelo quarto ano consecutivo em 2015, com uma descida média de 19,1 por cento em relação ao nível do ano anterior, no quadro de uma quebra da economia mundial.

O índice de preços dos alimentos da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) teve uma média de 164,1 pontos em 2015 e terminou o ano ainda mais baixo, em 154,1 pontos no mês de Dezembro.

Em Dezembro o índice desceu 1,0 por cento em relação ao seu valor revisto de Novembro, já que a queda de preços da carne, lacticínios e cereais compensou com os aumentos do açúcar e óleos vegetais.

«Os abundantes fornecimentos frente a uma tímida procura mundial e a valorização do dólar são a principal razão da debilidade que dominou os preços dos alimentos em 2015», assegurou o economista da FAO, Abdolreza Abbassian.

O índice de preços da FAO dos cereais reduziu 1,3 por cento em Dezembro frente ao seu valor em Novembro, ao intensificar a concorrência das exportações entre os produtores de milho e as expectativas da chegada aos mercados mundiais com aumento da oferta de trigo, depois de a Argentina eliminar os impostos à exportação. O índice que inclui o arroz perdeu 15,4 por cento de média em 2015, frente ao ano anterior.

Quanto aos lacticínios, os preços diminuíram 1,0 por cento me Dezembro e ao longo do ano situou-se nos 28,5 por cento abaixo do seu nível médio em 2014, a queda mais acentuada de qualquer produto alimentar.

O índice da carne reduziu 2,2 por cento em Dezembro, impulsionado pela incerteza da carne de porco na Europa e a redução da procura nos Estados Unidos de carne de bovino importada. No conjunto do ano, a carne foi em média 15,1 por cento m ais barata que em 2014.

O valor do óleo vegetal subiu 2,1 por cento em Dezembro, motivado pela insegurança relacionada com a colheita de soja do Brasil, mas no conjunto de 2015 situou-se 19 pontos abaixo em relação ao ano anterior. O índice do açúcar subiu 0,6 por cento em Dezembro, inferior 21 por cento em 2015, em relação ao ano precedente.

Fonte: Agrodigital

Seminário subordinado ao tema " Consumo de Leite e Lacticínios- O que pode estar a mudar"

08-01-2016 
 
O Observatório dos Mercados Agrícolas e das Importações Agro-Alimentares organiza o Seminário subordinado ao tema " Consumo de Leite e Lacticínios- O que pode estar a mudar", no dia 13 de Janeiro de 2016, pelas 14:30 horas, no Auditório da Ordem dos Engenheiros, em Lisboa.

A participação é gratuita mas sujeita a inscrição até ao dia 11 de Janeiro, para observatorioagricola.pt


Ficha de Inscrição 

Fonte: CONFAGRI

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

CNA: SÓ ASSIM NÃO VAMOS LÁ, SR. MINISTRO DA AGRICULTURA !



É preciso legislar – urgentemente  – para regular a actividade dos  Hipermercados       e  necessário é controlar as importações desnecessárias de bens agro-alimentares !

A prolongada e aguda "crise" da Pecuária, Leite e Carne, está a destruir grande parte da Produção Agro-Pecuária Nacional.

Aos altos custos de Factores de Produção -- rações, energia, combustíveis, etc --  juntam-se os baixos preços à Produção do Leite e da Carne, preços sempre pressionados pelas práticas comerciais, abusivas, dos Hipermercados e pelas Importações.

Entretanto, (18 Dezembro passado), o actual Ministro da Agricultura criou um "Gabinete de Crise" dos sectores do Leite e da Carne de Suínos, também com o objectivo de "convencer" as grandes superfícies comerciais a darem escoamento preferencial à produção nacional.  Esse "Gabinete de Crise" reuniu a 22 de Dezembro, ocasião em que a CNA entregou um memorando ao Ministro da Agricultura de onde se destaca :

- "Está a ser devastadora a crise na Pecuária e nos sub-sectores do Leite e da Carne Suína em especial. 

Portanto, há que promover o consumo interno da produção nacional de Leite/Lacticínios e de Carne.

É necessário estabelecer urgentemente com as cadeias de Hipermercados - pela via legislativa, por acordos ou por ambos os processos - a preferência pela comercialização, para consumo interno, da produção nacional. 

E, noutro plano, necessário é conseguir-se "restrições" às importações, combatendo a especulação praticada pelo grande agro-negócio, por exemplo, através da aplicação de controlos permanentes com a severa verificação das normas higio-sanitárias e outras.

Também é necessário, e possível, estabelecer a preferência "especial" pelo consumo da produção nacional em Cantinas de instituições públicas. 

Do ponto de vista mais estratégico, mas também a curto prazo, é indispensável retomar os mecanismos públicos de controlo da produção e dos mercados como, por exemplo, retomar as quotas leiteiras e admitir valores mais elevados para as "retiradas" (compras) públicas da produção do Leite e da Carne.   A armazenagem privada, por si só, não vem resolver os problemas".

São também indispensáveis outros apoios especiais como, por exemplo, a reposição do desconto fiscal na Electricidade Verde, e o aumento de certas ajudas ao rendimento - Comunitárias e do OE nacional – para os pequenos e médios Produtores Pecuários.

Acresce que terminou a 31 de Dezembro o prazo – que se impõe prorrogar - para a conclusão dos processos de Licenciamento (legalização) das Explorações Pecuárias, situação que tem de ser resolvida para não eliminar cerca de 25 mil  Explorações.

Tudo isto acontece num contexto em que os Produtores Pecuários estão descapitalizados e não têm meios financeiros para se manterem em actividade durante muito mais tempo. 

E também enquanto em Espanha se continua a impedir, objectivamente, a entrada nos (hiper)mercados Espanhóis de Leite de origem Portuguesa !

Regulamentar pela via legislativa a actividade dos hipermercados e restringir                 
as importações desnecessárias de bens agro-alimentares, a começar por Leite e Carne.

Ao que se soube, o Ministério da Agricultura  chegou a "acreditar" numa "promessa"  feita por representantes dos Hipermercados, segundo a qual estes não fariam grandes campanhas de promoção de venda de Leite, a baixo preço, durante a quadra de Natal e Ano Novo. Porém, praticamente toda a grande distribuição, afinal, lançou campanhas desse tipo em que o Leite – UHT – meio-gordo – apareceu nas prateleiras com promoções entre 39 e 42 Cêntimos o Litro ! São preços que se repercutem de forma a arrasar a Produção Nacional.

Esta situação deve levar o Ministro da Agricultura a concluir que não vamos lá com as "promessas" dos Hipermercados e por mais "gabinetes de crise" que sejam criados…

Assim e tal como a CNA tem reclamado, são necessárias medidas de facto excepcionais para acudir a uma crise prolongada e de excepcional gravidade que está a "varrer" a Pecuárias Leite/ Carne.  Medidas que possam proporcionar o escoamento, a melhores preços à Produção, da produção pecuária nacional. E antes que fiquemos com um mínimo insustentável de Explorações Pecuárias "sobreviventes" !




Coimbra, 8 de Janeiro de 2016
A Direcção da C N A

O último campino da lezíria Manuel Borda d’Água tem 86 anos.



Vive sozinho em Mouchão da Cabra com um rol de recordações de um tempo que já não existe Com um brilho nos olhos e um vigor de outros tempos, o último campino a viver na lezíria recebeu-nos na sua humilde casa. Manuel Borda d'Água vive há cerca de 20 anos isolado na lezíria, mas, devido à idade, já não tem o fulgor de outro tempo para montar a cavalo. Tem 86 anos. Nos últimos dez anos tem vivido de dia e de noite em Mouchão da Cabra, não tem vizinhos e na imensidão dos campos a casa onde vive é a única que o olhar consegue avistar. Manuel já tinha acabado de lavar a roupa e estava a dar de comer aos animais. "Sei fazer de tudo, só não sei fazer dinheiro. Se soubesse, era rico." Nascido e criado nos Casais de Baixo, na Azambuja, Manuel é filho de pais agricultores, mas ainda muito novo preferiu trabalhar com os toiros bravos e começou por guardar gado. Na maior parte da sua vida foi maioral de vacas e de toiros em muitas casas com tradição taurina. É o campino mais antigo de Portugal que ainda vive na lezíria. "Esta arte está para acabar. O dinheiro é pouco e o trabalho é muito duro." Manuel Borda d'Água foi este ano homenageado nas Festas em Honra de Nossa Senhora da Oliveira e Nossa Senhora de Guadalupe, em Samora Correia. Os poucos campinos ainda vivos pensavam que Manuel já tinha morrido. "Já ninguém se lembrava de mim e agora não me largam." De uma vida inteira de trabalho, do que mais sente saudades "é de lidar com os toiros e do gado bravo". Manuel deu várias voltas ao País. "Estive em todas as praças de toiros. Pouco depois de ser guarda de toiros no Vale de Santarém já ia à praça e acompanhava os toiros e cheguei a ir a Espanha." Os ordenados eram pagos à semana, mas como campino "eram 20 escudos, o que na altura não era mau". 

SAUDADES DO TRABALHO 

Mouchão da Cabra é um punhado de terra da Casa de Norberto Pedroso que em tempos fez parte de uma grande herdade, "mas agora os tempos são outros. Tudo mudou, tudo se virou ao contrário". Manuel não se resigna: "Mais vale sozinho do que mal acompanhado." A memória já lhe prega muitas partidas, mas não esquece a dedicação ao trabalho. "Passei por muitas dificuldades. Trabalhei à jorna e tive sempre dois trabalhos ao mesmo tempo. Esta é a minha terra e é aqui que gosto de estar, mas agora, às vezes, vejo-me descoroçoado", lamenta Manuel com as mãos a afagarem o coração. Começou a trabalhar ao lado do pai e do irmão mais velho, na agricultura, quando tinha oito anos. "Acabei por estar pouco tempo na escola, porque era preciso dar de comer a mais cinco irmãos." O primeiro ordenado que recebeu foi um tostão ao dia a guardar ovelhas. Do álbum de recordações, o campino mais antigo de Portugal não se detém naquilo que realizou, mas em todos aqueles com quem trabalhou e que já morreram. "Os patrões que eu tinha já morreram todos", só ele ainda está vivo… "até um dia". Lembra-se ainda que aos 28 anos, guardava vacas bravas numa charneca na Ota, conheceu Elisa. "Ela não tinha pai nem mãe e vivia com uns tios. Foi um irmão dela que me disse: 'Tu gostas dela. Ela gosta de ti e só se quer ir embora. Porque é que não a levas daqui?' E assim fiz. Um dia, à noite, levei-a no meu cavalo dali para fora." Os tios e os patrões de Elisa apresentaram queixa e Manuel foi a tribunal. "Naquela altura ela era menor de idade e o juiz perguntou-me porque é que eu a tinha levado: 'Porque gosto dela!' Então o juiz disse: 'O senhor vai preso!' Mas Elisa não se ficou e disse ao juiz: 'Então se ele vai preso eu também vou porque gosto dele!'. Agora os tempos são outros e Manuel, sozinho, queixa-se de que nos últimos tempos lhe têm roubado ovelhas e levado ferramentas do trabalho no campo. Mas já não lhe tira o sossego, porque "do que eu tenho mais saudades é dos toiros. Gosto de lidar numa praça com um conjunto de cabrestos ensinados por mim".

Vale da Rosa vence prémio GPA EDIA “Boas Práticas em Alqueva”


Jan 07, 2016

A 7 de Janeiro, em Lisboa, foram conhecidos os vencedores da 8.ª edição dos prémios Green Project Awards (GPA) Portugal. No âmbito desta iniciativa foi criado o Prémio GPA EDIA "Boas Práticas em Alqueva" que, na edição de 2015, foi atribuído à empresa alentejana Vale da Rosa, produtora de uva de mesa.

Neste galardão, que resulta de uma parceria entre GPA e a Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas do Alqueva (EDIA), recebeu ainda uma menção honrosa o projecto Paxberry que iniciou em 2014 a produção de morangos em hidroponia. Na categoria Inovação em Alqueva o vencedor foi o Centro de Biotecnologia Agrícola e Agro-Alimentar do Alentejo e o Instituto Politécnico de Beja pelo projecto "H2O Processing & Mitig: Mitigação de CO2 atmosférico, produção de soluções nutritivas, correctivos organominerais e produtos hortofrutícolas". Trata-se de um sistema de tratamento de águas residuais de queijo com obtenção de soluções nutritivas/correctivos organominerais para reutilização agrícola, e simultânea mitigação de CO2 atmosférico.

O GPA Portugal atribuiu ainda uma menção honrosa na categoria Agricultura, Mar e Turismo ao Cantinho das Aromáticas, empresa produtora de ervas aromáticas em modo de produção biológico. A distinção surge em particular pelos Lotes Reservas, uma colheita selectiva das partes terminais das espécies limonete, erva-príncipe, hortelã-vulgar e tomilho-limão, feita durante o ano de 2013.

Na Iniciativa Jovem de destacar o projecto "Sementes com Futuro" da Escola Secundária de Montemor-o-Novo que recebeu uma menção honrosa. O objectivo é conservar e valorizar economicamente a biodiversidade associada à flora silvestre e variedades agrícolas tradicionais.

O GPA Portugal pela consultora de comunicação GCI, a Agência Portuguesa do Ambiente e Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza.

Capoulas Santos diz que Mercado dos Agricultores é “extraordinária iniciativa de apoio aos produtores”


por Ana Rita Costa- 18 Dezembro, 2015

Capoulas Santos - Mercado dos Agricultores

O Ministro da Agricultura, Capoulas Santos, inaugurou esta quinta-feira (17 de dezembro) o primeiro CAP – Mercado dos Agricultores, um mercado de venda direta de produtos ao consumidor instalado na Praça dos Restauradores.

Capoulas Santos defendeu que se trata de "uma extraordinária iniciativa de apoio aos produtores e – ao mesmo tempo – é uma oportunidade para que os consumidores tenham acesso a produtos de grande qualidade com muita facilidade".

Segundo o Ministro da Agricultura, "esta circunstância é um bom exemplo de como há todo um novo conceito de mercado em expansão, que os produtores têm de saber aproveitar".

Luís Mira, Secretário-Geral da CAP, que também marcou presença, não exclui a ideia de tornar a iniciativa semanal, "apesar de ainda hoje estar a ser inaugurada, há já muitos apelos para que seja semanal, o que é notável".

À margem da inauguração, Capoulas Santos sublinhou que "o Ministério está a acompanhar com preocupação a situação que se vive no setor da suinicultura e do leite e que levou ao anúncio da criação do Gabinete de Crise para acompanhamento do problema".

Capoulas Santos quer "envolver toda a fileira e sentar à mesa do diálogo todos os intervenientes no processo para que, olhos nos olhos e em conjunto, se encontrem soluções que vão ao encontro dos interesses de todos". A título de exemplo, o Ministro referiu o caso da rotulagem, sublinhando que "os consumidores portugueses preferem o que é nacional, portanto, nos rótulos, há que destacar a origem portuguesa da carne de porco."

O Ministro da Agricultura irá hoje (18 de dezembro) reunir com os representantes da ANCAVE – Associação Nacional de Centros de Abate de Aves e com a APIC – Associação Portuguesa de Industriais de Carne.

Setor pecuário em perigo em França



 07 Janeiro 2016, quinta-feira  Agropecuária
Segundo os sindicatos agrícolas, o setor pecuário em França continua em perigo, devido aos baixos preços da carne de bovino e, sobretudo, da carne de porco e do leite.

O pico da crise foi no verão, com fortes contestações dos agricultores, que levaram o governo francês a lançar um programa específico de apoio, no montante de 700 milhões de euros.

O ministro da Agricultura considera que o programa de apoio foi um sucesso, o que é fortemente contestado pelos sindicatos agrícolas, uma vez que nenhum dos preços negociados sob a égide do ministro da Agricultura foram cumpridos.
Com esta situação, 11.400 agricultores já viram os seus pedidos de ajuda aprovados, enquanto mais 35.500 esperam aprovação.
Os grandes supermercados continuam, em França, como em Portugal, a fazer grandes campanhas de descontos de preços na carne de porco, o que não permite a recuperação de preços ao produtor.
Fonte: Agroinfo 

Agricultura: as prioridades da presidência holandesa da UE

Agricultura: as prioridades da presidência holandesa da UE

 07 Janeiro 2016, quinta-feira 

A Holanda assumiu a presidência europeia no dia 1 de janeiro de 2016 e as prioridades no setor agrícola, para o primeiro semestre deste ano, foram recentemente anunciadas.
Entre elas, destaque para alcançar um acordo que vise fechar o dossier sobre a nova legislação da produção bio.
Além desta, a monitorização rigorosa da evolução dos mercados agrícolas, tendo em conta o efeito do embargo russo, estudar e discutir mais aprofundadamente o problema da resistência microbiana, concluir o processo de simplificação da Política Agrícola Comum (PAC) e lançar o debate sobre o tema ambiente versus agricultura inteligente.
Fonte: Agrodigital

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

GPP: Novas regras para aplicadores de fitofármacos: a partir de 31 dez 2015 a aquisição ou aplicação depende da inscrição em ação de formação até 31 maio 2016

Despacho - http://www.dgv.min-agricultura.pt/xeov21/attachfileu.jsp?look_parentBoui=16591891&att_display=n&att_download=y 

ver maisInformações em DGAV, DGADR, DRAPs e Organizações de Agricultores

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA PRORROGA PRAZO DE ENTREGA DE CANDIDATURAS A «INVESTIMENTOS NÃO PRODUTIVOS»

 NOTÍCIASVoltar A A 
2015-12-30 às 21:07

O Ministério da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural decidiu alargar o prazo de entrega de candidaturas a «investimentos não produtivos» até ao próximo dia 31 de março de 2016, tendo em conta que, nalgumas situações, a formalização das candidaturas dependia da obtenção de um parecer prévio das Direções Regionais de Agricultura e Pescas (DRAP) sobre os planos de recuperação e que, devido ao elevado volume de pedidos, os pareceres não foram obtidos em tempo útil.

No entanto, trata-se de uma medida que abrange apenas os promotores que tenham pedido os respetivos pareceres até ao dia 31 de dezembro de 2015 e que tem como objetivo evitar que um número significativo de beneficiários fique impedido de submeter a respetiva candidatura por motivos que lhe são alheios, apesar de ter cumprido o prazo de submissão dos seus planos de recuperação para parecer junto das DRAP.

O Ministério recorda que o prazo para apresentação de candidaturas para «investimentos não produtivos» decorreu entre os dias 15 de outubro de .2015 e 31 de dezembro de 2015, de acordo com o aviso n.º 001 /Ação 7.11/2015 da Autoridade de Gestão do PDR 2020.

França: nova lei proíbe que supermercados deitem fora alimentos



 07 Janeiro 2016, quinta-feira  Agroindústria

França aprovou novamente uma lei sobre o desperdício de alimentos, que deverá entrar em vigor já este ano.

A proposta legislativa apresentada em 2014 pretendia proibir que os supermercados deitassem fora os alimentos. Na proposta destacava-se que estes deveriam ser doados a bancos alimentares e instituições de solidariedade quando se aproximasse o fim do seu prazo de validade. Os supermercados com mais de 400 metros quadrados estariam obrigados a estabelecer acordos de colaboração com as organizações humanitárias para a doação de alimentos, estando proibidos de comercializar os produtos perto do final de prazo de validade a preços mais baixos que o habitual.
Esta legislação foi aprovada no Parlamento francês há alguns meses, mas depois retirada devido a um tecnicismo legal. Rapidamente se começou a trabalhar num novo projeto de lei baseado no mesmo texto vetado anteriormente, que foi agora votado pelos membros da Assembleia Nacional com o apoio de todos os partidos políticos.
O Governo francês espera agora que a Comissão Europeia exija a todos os Estados-membros da União Europeia que introduzam legislação similar. A proposta conta com o aval de 539 mil assinaturas recolhidas em sete países europeus. Paralelamente, foi lançada uma petição através da plataforma Change.org, solicitando uma legislação para acabar como desperdício alimentar na Europa.
Estima-se que 89 milhões de toneladas de alimentos são desperdiçados todos os anos na Europa. Nos Estados Unidos da América, calcula-se que 40% de todos os alimentos produzidos no país são desperdiçados.
Fonte: Grande Consumo (via TecnoAlimentar).

Mais de 80% dos europeus acreditam que a PAC é importante para apoiar a agricultura da UE



 07 Janeiro 2016, quinta-feira  Política AgrícolaAgricultura
pac
Segundo um novo inquérito do Eurobarómetro, os europeus estão cada vez mais conscientes da contribuição da Política Agrícola Comum (PAC) da União Europeia (UE) para as principais prioridades da Comissão Europeia.
Mais de 80% dos europeus considera que o papel da PAC é «muito ou bastante importante» para estimular o crescimento e o emprego e para apoiar a posição dos agricultores na cadeia alimentar.
Os europeus, 66% dos entrevistados, também estão de acordo que a PAC contribui para melhorar as relações comerciais entre a UE e o resto do mundo e 65% para o bom funcionamento do mercado único da UE.
Já 70% acredita que a UE está a cumprir com o seu papel em garantir o fornecimento de alimentos na Europa.
O resultado do estudo também destaca a importância que tem para o público em geral o futuro da agricultura e das zonas rurais, 90% dos inquiridos, e confirma a tendência dos estudos anteriores em relacionados com esta preocupação e melhora a opinião sobre a PAC.
O objetivo desse inquérito especial do Eurobarómetro foi perceber a relação entre os europeus e a agricultura, mediante a exploração do nível de importância que concedem a agricultura, a compreensão da sua visão do papel do agricultores e o que acreditam que são os principais objetivos da UE no que diz respeito à agricultura.
Fonte: Agrodigital 

Glúten: Universidade do Minho realiza estudo nacional



 07 Janeiro 2016, quinta-feira  Investigacao & DesenvolvimentoIndústria alimentar
gluten
A Escola de Ciências da Saúde da Universidade do Minho (UMinho) está a fazer o primeiro estudo sobre a prevalência de doença celíaca em Portugal.
A colheita já iniciou em escolas de Portugal continental e ilhas, junto dos adolescentes e pais. Os resultados chegam em meados deste ano.
A coordenação é da professora Henedina Antunes, com o apoio de Nuno Saldanha, finalista do mestrado integrado em Medicina da UMinho.
A iniciativa é aprovada pela Direção-Geral de Saúde, pela Comissão Nacional de Proteção de Dados e pelas comissões de ética. Tem o apoio da Associação Portuguesa de Celíacos e das sociedades portuguesas de Pediatria e de Gastroenterologia Pediátrica.
Estima-se que haja 70 a 100 mil casos, isto é, um a três por cento da população portuguesa. Só existem 10 mil casos diagnosticados, logo muitos desconhecem ter a doença e requer-se ações de sensibilização.
O único estudo de prevalência até agora foi na região de Braga, por Henedina Antunes, com um caso para 134 habitantes. O valor segue a média europeia, de um para 100 a 200 habitantes.
Recorde-se que a doença celíaca não tem cura e deve-se à intolerância alimentar ao glúten, provocando inflamação no intestino delgado.
Estima-se que em Portugal, só entre 1 e 3% da população sofrerá de doença celíaca, que ocorre como reação ao consumo do glúten.
O glúten, uma das proteínas mais consumidas no mundo, é criado quando duas moléculas, a glutenina e a gliadina, entram em contacto e formam uma ligação.
A ingestão de alimentos com estes cereais não é aconselhável às pessoas que têm intolerância ao glúten, como os doentes celíacos, pois não conseguem digerir bem esta proteína e, por isso, quando consomem alimentos com glúten ficam com sintomas como diarreia, dor e inchaço abdominal.  

Suinicultores esperam subida do preço da carne na Bolsa do Porco

07-01-2016 
 
 
Os suinicultores esperam que a primeira sessão do ano da Bolsa do Porco, que se realiza esta quinta-feira no Montijo, seja «histórica» com o aumento do valor pago aos produtores pela carne de porco.

Segundo disse à Lusa João Correia, um dos promotores do movimento de suinicultores, esta bolsa pode ser «histórica para a subsistência da suinicultura portuguesa» com o aumento do preço pago aos produtores pela carne de porco.

O responsável espera que os preços fiquem ao nível dos praticados em Espanha, em que o quilo de carne de porco é vendido pelos produtores a cerca de 1,25 euros. Em Portugal, o quilo da carne de suíno ronda os 1,05 euros, com os produtores a queixarem-se de que o custo de produção ascende a 1,50 euros.

A Bolsa do Porco que hoje se realiza no Montijo acontece às 19:00 horas, sentando à mesa das cotações representantes das associações de suinicultores e dos industriais de carnes.

A Bolsa do Porco acontece todas as quintas-feiras no Montijo, a Sul de Lisboa, e determina o valor da carne de porco em Portugal por uma semana. Desde início de Dezembro que os produtores de porco têm feito acções pelo país, contra o baixo preço pago pela grande distribuição aos produtores.

Além disso, os produtores falam do incumprimento da lei da rotulagem, que entrou em vigor em Abril, para identificar a carne de porco, e que obriga a referir que o animal foi "criado em", "abatido em" e "desmanchado em".

Fonte: Lusa

Seca e ondas de calor reduzem produtividade agrícola

 07-01-2016 
 

 
Secas e ondas de calor reduziram as colheitas em 10 por cento desde 1964 até 2007, com perdas mais acentuadas nas últimas décadas e nas economias mais ricas, segundo um estudo divulgado.

A primeira apreciação global sobre a forma como os eventos extremos climáticos afectam a produção de grão é divulgada quando os cientistas do clima preveem um aquecimento mais severo e frequente nos próximos 50 anos.

Ao mesmo tempo, outras investigações mostram que a produção alimentar deve precisar de duplicar até 2050 para sustentar uma população de mais de nove mil milhões de pessoas.

Fonte: Diáriodigital; Lusa

Mais de 80 por cento dos europeus acreditam que a PAC é importante para apoiar a agricultura da UE

 07-01-2016 
    
Segundo um novo inquérito do Eurobarómetro, os europeus estão cada vez mais conscientes da contribuição da Política Agrícola Comum da União Europeia para as principais prioridades da Comissão Europeia.

Mais de 80 por cento dos europeus considera que o papel da Política Agrícola Comum (PAC) é «muito ou bastante importante» para estimular o crescimento e o emprego e para apoiar a posição dos agricultores na cadeia alimentar.

Os europeus, 66 por cento dos entrevistados, também estão de acordo que a PAC contribui para melhorar as relações comerciais entre a União Europeia (UE) e o resto do mundo e 65 por cento para o bom funcionamento do mercado único da UE. 70 por cento acredita que a UE está a cumprir com o seu papel em garantir o fornecimento de alimentos na Europa.

O resultado do estudo também destaca a importância que tem para o público em geral o futuro da agricultura e das zonas rurais, 90 por cento dos inquiridos, e confirma a tendência dos estudos anteriores em relacionados com esta preocupação e melhora a opinião sobre a PAC.

O objectivo dessem inquérito especial do Eurobarómetro foi perceber a relação entre os europeus e a agricultura, mediante a exploração do nível de importância que concedem a agricultura, a compreensão da sua visão do papel do agricultores e o que acreditam que são os principais objectivos da UE no que diz respeito à agricultura.

Fonte: Agrodigital

Figo-da-Índia é tema de workshop em Marvão



 06 Janeiro 2016, quarta-feira  Ana Clara Pequenos Frutos

"Oportunidades e Potencialidades para a Produção da Figueira-da-Índia". É este o tema do workshop que terá lugar na vila alentejana de Marvão, a 21 de janeiro de 2016, a partir das 14h00.
figo da india
O evento, que decorre no salão dos Bombeiros Sto. Ant. das Areias, conta na sessão de abertura com a intervenção de Manuel Gaio, da Terras de Marvão – Associação de Desenvolvimento Local.
O primeiro painel da tarde, moderado por Mário Nunes, da APROFIP – Associação Produtores Figo-da-Índia Portugueses, é dedicado à "Produção e Exploração de Figueira-da-Índia".
"Potencialidades Agrícolas da Figueira-da-Índia", "Instalação do Pomar da Figueira-da-Índia", "A Figueira-da-Índia: História, Utilizações e Instalação da Cultura", "Aproveitamento da Figueira-da-Índia para Forragens" e "Exploração da Figueira-da-Índia: Processamento do Fruto" são os temas em discussão neste primeiro painel da tarde.
O segundo painel, intitulado "Potencialidades da Figueira-da-Índia", começa às 16h00 e será moderado por Rui Pulido Valente, da Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico de Portalegre.
Serão debatidos temas como "A Valorização Energética de Subprodutos da Figueira-da-Índia", "Extração de Produtos de Valor Acrescentado a partir da Figueira-da-Índia", "Oportunidades para a Figueira-da-Índia", "Candidaturas para Apoios ao Investimento" e "Informação Fiscal aos Agricultores".
No final do workshop será assinado um protocolo de colaboração entre a Terras de Marvão e o Instituto Politécnico de Portalegre.
As inscrições são limitadas, gratuitas e sujeitas a confirmação até dia 19 de janeiro. Podem ser efetuadas através dos seguintes contactos: E-mail: terrasdemarvao.ass@gmail.com ou Tel.: 245 909 130.
A iniciativa é organizada pela Associação Terras de Marvão e conta com o apoio do Instituto Politécnico de Portalegre, a APROFIP, a Câmara de Marvão, a Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, a ADER-AL, entre outros.

Ministério disponibilizou 400 fardos de feno para alimentar animais de Póvoa do Lanhoso

 06-01-2016 
  
O Ministério da Agricultura garantiu que já foram disponibilizados 400 fardos de feno para alimentar os animais de uma exploração agropecuária de Póvoa de Lanhoso, sublinhando tratar-se de uma medida «provisória e de emergência».

Em causa está uma exploração com cerca de 100 animais, entre vacas e cavalos, tendo o dono anunciado há dias que não tem meios para os alimentar, adiantando mesmo que alguns já morreram à fome.

A fonte do Ministério da Agricultura adiantou que o que está em causa naquela exploração é um «longo historial» de incumprimento das normas legais relativas ao bem-estar animal, identificação e circulação animal e também à sanidade animal.

O Ministério sublinha que aquele incumprimento representa «um grave perigo» para a saúde animal e para a saúde pública, colocando também em causa o bem-estar dos animais.

Por isso, e ao mesmo tempo que disponibilizou alimentação para os animais, o Ministério está a estudar as medidas legais com vista à «resolução definitiva» do problema daquela exploração agropecuária.

A exploração agropecuária de Póvoa de Lanhoso está sob sequestro, um problema que começou em 2003, depois de a Direcção-Geral de Veterinária ter identificado brucelose em alguns animais.

Segundo o Ministério da Agricultura, ao longo dos anos foram feitas «várias diligências» no sentido de resolver as diferentes situações com os detentores dos animais, sem que tenha sido conseguida qualquer atitude razoável de colaboração.Sob sequestro, uma exploração está impedida de comercializar os animais, também não recebendo os apoios do Estado.

Fonte: Lusa

Vinho ultrapassa sol e mar como maior atributo turístico de Portugal


ANA RUTE SILVA 20/02/2014 - 17:22
Especialistas estrangeiros do sector já não apontam o sol e o mar como o produto-chave do país.

 
31% dos inquiridos associam o vinho ao turismo nacional ENRIC VIVES-RUBIO

 Exportações do turismo crescem 7,5% e ultrapassam barreira dos 9000 milhões
Nem sol, nem mar. O maior potencial turístico de Portugal e o produto que deve ser divulgado a nível internacional para vender o país como destino é o vinho. Num inquérito conduzido pelo IPDT, Instituto de Turismo, divulgado nesta sexta-feira, 37% dos operadores estrangeiros questionados dizem que este é o melhor argumento de promoção do país fora de portas, e 31% dizem mesmo que associa o vinho ao turismo nacional.

Em 2012, este produto só era relacionado a Portugal por apenas 7% dos inquiridos e, um ano antes, por 10%. Destronados, o sol e o mar captam, agora, o interesse de 17% dos especialistas (37% em 2012 e 45% em 2011).

António Jorge Costa, presidente do IPDT, explica que este resultado é o fruto de uma "qualificação do destino que os empresários do sector têm vindo a desenvolver, tal como os próprios decisores políticos". "Não podemos esquecer que o sol e o mar continuam a captar a grande fatia dos turistas que nos visitam, mas são visitantes sazonais", disse ao PÚBLICO, acrescentando que são precisos produtos complementares.

"Temos visto o sucesso que o Porto e Lisboa têm tido no segmento das viagens city break [de curta duração]. Estas respostas também são o resultado de novas apostas e conceitos associados ao design e aos produtos gourmet", sublinha.

As praias extensas e o bom tempo mantêm-se como âncora essencial para segurar turistas, mas as duas principais cidades do país passaram a estar no mapa dos grandes operadores. São o que António Jorge Costa chama "irmãos" do sol e mar.

Outro resultado que se destaca neste estudo, conduzido pelo IPDT junto de um painel de membros filiados na Organização Mundial de Turismo, é o peso que a história de Portugal pode ter na hora de promover o destino. Em 2013, 16% dos inquiridos disseram associar Portugal a "história", valor que em 2012 era de 9% e de 5% em 2011.

O contexto de crise e o programa de ajuda financeira não são alheios a estes indicadores. "O facto de Portugal se estar a tornar mais dinâmico a nível internacional leva a que os turistas queiram saber mais sobre a história do país. Estamos a passar a crise sem grandes sobressaltos de paz social, apesar das dificuldades sentidas pelos portugueses. Cá dentro, é óbvio que não pensamos da mesma forma, mas quem está de fora compara com o que se passa na Grécia ou em Espanha", analisa António Costa.

Talvez seja por isso que 75% dos especialistas afirmem que a crise financeira não afectou negativamente a imagem de Portugal (55% em 2012). O presidente do IPDT diz que há uma "conjuntura internacional que acredita" no país e na forma como está a ultrapassar a turbulência financeira. Artigos como o que o Financial Times publicou nesta segunda-feira, dizendo que Portugal era o herói surpresa da retoma na zona euro, ajudam a construir uma imagem positiva, apesar da austeridade. E isso, diz António Costa, acaba por ter impacto na decisão de um turista quando escolhe o próximo destino. "Não tenho dúvida de que esta conjuntura terá impacto ao nível da decisão de pessoas que, antes, nem tinham em conta Portugal como destino", afirma, concluindo que no meio de uma "grande turbulência, há oportunidades".

No inquérito conduzido durante o mês de Dezembro, 32% dos especialistas que já estiveram no país escolheram-no por ser "agradável e especial". Cerca de 28% vieram pelas "cidades, história e cultura". Questionados sobre a qualidade das campanhas promocionais nos mercados internacionais, 20% dão 8, numa escala de 1 a 10. Quanto à experiência de férias, 16% dá nota máxima (8% em 2012). Nenhum dos inquiridos dá uma classificação abaixo dos seis valores.

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Ministro da Agricultura dá razão a queixas dos suinicultores


RTP

04 Jan, 2016, 20:37 / atualizado em 04 Jan, 2016, 20:37 | Política

Ministro da Agricultura dá razão a queixas dos suinicultores

A ver: Ministro da Agricultura dá razão a queixas dos suinicultores
O Ministro da Agricultura reconhece que o preço pago aos produtores de carne de porco em Portugal está abaixo do preço europeu.

Capoulas Santos esteve reunido com os agentes económicos do setor da suinicultura.

O ministro defende que o preço pago aos produtores nacionais terá assim de subir e que o setor terá de apostar em novos mercados.

Capoulas Santos avança também que foram ainda discutidas novas formas para rotular a carne nos hipermercados e que o prazo de licenciamento das explorações de suinicultura será alargado.

Raquel quer contar a história das árvores monumentais portuguesas


Investigadora da Universidade de Aveiro vai passar os próximos anos a percorrer o país para inventariar, conhecer e divulgar a história das árvores monumentais portuguesas
Texto de P3 • 04/01/2016 - 13:27

Sabias que o carvalho mais antigo da Península Ibérica, com 700 anos, está plantado na Póvoa do Lanhoso? E que em Santa Iria de Azóia existe uma oliveira com 2850 anos? Estes são apenas alguns exemplos de árvores monumentais e seculares que Portugal tem no seu território e que Raquel Lopes quer inventariar. A árvore mais alta da Europa, com 72 metros, é, aliás, um eucalipto da Mata Nacional de Vale de Canas, em Coimbra.
 
A bióloga e investigadora da Universidade de Aveiro vai, no âmbito do doutoramento, percorrer o país para inventariar, conhecer e divulgar a história das árvores que se distinguem das outras "pelo tamanho desmesurado, pela idade centenária ou até pelas formas bizarras que adquiriram ao longo dos tempos".
 
O trabalho, "inédito" em Portugal, quer "contrariar o desconhecimento de monumentos vivos que tanto têm para contar", lê-se no comunicado da instituição universitária. Afinal, o território nacional tem várias árvores — sobretudo oliveiras — com idades superiores a 1000 e 2000 anos.
 
"Não nos podemos esquecer que as árvores monumentais são testemunhas vivas de acontecimentos histórico-culturais, constituem uma memória de hábitos, costumes, lendas e tradições, valorizam a paisagem e o património edificado e representam um elemento diferenciador e identitário de todo um povo e de uma região que importa preservar", esclarece Raquel, no mesmo documento.
 
O que Raquel ambiciona fazer é aproveitar o conhecimento sobre as árvores que o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) tem reunido e canalizá-lo para a divulgação e comunicação do património, além da protecção contra vandalismo ou negligência. O ICNF tem classificadas, em Portugal continental, 470 exemplares individuais como árvores monumentais e 82 conjuntos de árvores.
 
Com "Arvoredo Classificado de Interesse Público em Portugal continental" — assim se intitula o projecto de investigação —, a bióloga espera poder "encetar medidas de promoção, informação e divulgação" em conjunto com as autarquias. A criação de roteiros botânicos também estará em cima da mesa.

Tratores mataram 53 em 2015

 Negligência na condução é uma das causas dos acidentes.

Por Luís Oliveira 

Os acidentes envolvendo tratores agrícolas provocaram a morte a, pelo menos, 53 pessoas em 2015, segundo o levantamento feito pelo CM junto das autoridades. 

A grande maioria dos acidentes ocorre em propriedades privadas e os condutores acabam por morrer esmagados. Portugal é o terceiro país da Europa – a seguir à Itália e à Polónia – com mais vítimas mortais em acidentes rodoviários com máquinas agrícolas. 

Segundo as autoridades, isto só acontece porque quase nenhum tratorista faz uso do denominado arco de Santo António, uma espécie de arco protetor de ferro, colocado sob o condutor que o protege em caso de acidente. 

Os distritos de Viseu e da Guarda lideram a lista negra do número de vítimas mortais resultantes dos acidentes com estas máquinas, com seis vítimas mortais. Aliás, os últimos acidentes mortais de 2015 ocorreram precisamente no distrito da Guarda e também no de Coimbra. 

Os acidentes com tratores são geralmente muito semelhantes: são despistes seguidos de capotamento; acontecem em locais de forte declive em propriedades agrícolas. Quase sempre os condutores morrem esmagados pela máquina. 

Há ainda outro ponto em comum: a idade dos condutores – quase sempre superior a 60 anos. A idade dos tratoristas também poderá justificar o aumento dos acidentes. "Em média, os acidentes com tratores agrícolas envolvem condutores com idade superior aos 65 anos", referiu ao CM o tenente-coronel Luís Rasteiro, da GNR da Guarda. "Um condutor com mais de 60 anos tem menos perícia do que um condutor mais jovem", reforça o tenente-coronel José Machado, da GNR de Viseu. 

Outra questão que contribuirá para o aumento da sinistralidade é a falta de manutenção dos tratores até porque não é obrigatória a realização de inspeções periódicas a estes veículos. Por outro lado, o parque de tratores está a envelhecer e não tem sido renovado até porque hoje, comprar um veículo novo custará sempre mais de 40 mil euros. 

Refira-se que em 2014, a GNR contabilizou, em todo o País, 210 acidentes com tratores que provocaram 80 mortes. Nesse ano, em Bragança verificaram-se 12 vítimas mortais, seguindo-se Viseu, com 10. Em 2013, registaram-se 41 mortes e 62 feridos, em 105 acidentes. 

Produção de azeite fiscalizada



 04 Janeiro 2016, segunda-feira  

A GNR, através do Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente, tem em marcha ações de fiscalização em instalações fabris de produção de azeite.
A operação "Lagareiro" decorre até ao final do mês de janeiro de 2016 e visa identificar situações de incumprimentos à legislação em vigor, em particular no que respeita ao funcionamento e licenciamento das instalações fabris de produção e ao encaminhamento e gestão de resíduos.
Os militares do SEPNA estão atentos ao licenciamento dos lagares, à gestão de todos os resíduos provenientes da transformação da azeitona em azeite, bagaço e águas ruças e outras situações ilegais que constituam infração às normas de proteção do ambiente, informa a GNR, em comunicado.
No mesmo documento, a GNR defende «métodos produtivos mais benéficos para o meio ambiente, bem como a sensibilização para os cuidados necessários para evitar derrames de águas poluídas e de outros resíduos no solo». 

Governo dos Açores atribui apoio extraordinário de 3,3 ME aos produtores de leite

04-01-2016 
 

 
O Governo Regional dos Açores anunciou que vai conceder em Janeiro um apoio extraordinário de 45 euros por animal a cerca de 87 por cento dos produtores de leite do arquipélago, num total de 3,3 milhões de euros.

«Este apoio, relativo ao último ano, é extensivo a 2016 e integra o pacote de medidas determinadas pelo executivo regional face aos efeitos negativos do prolongamento do embargo russo e da recessão dos mercados emergentes nos preços pagos à produção em toda a Europa», frisou a secretaria regional da Agricultura e Ambiente, numa nota publicada pelo Gabinete de Apoio à Comunicação Social do Governo Regional.

Segundo o executivo açoriano, o apoio orçado em 3,3 milhões de euros é suportado pelo orçamento regional, não tendo implicações nas dotações das ajudas do POSEI, programa de apoio comunitário específico para as regiões ultraperiféricas (RUP) como os Açores. No orçamento regional para 2016, as verbas destinadas à agricultura foram reforçadas em cerca de 12 milhões de euros.

A secretaria regional da Agricultura e Ambiente salientou, na mesma nota, que vai aplicar em 2016 um programa de reestruturação do sector leiteiro, que permite «a saída condigna aos produtores que, eventualmente, pretendam deixar actividade, contribuindo para o rejuvenescimento do sector e emparcelamento das explorações e, por esta via, para o aumento da sua competitividade».

A tutela adiantou ainda que será disponibilizada aos agricultores «uma linha de crédito semelhante à que existiu com a designação de SAFIAGRI, para alivar os custos financeiros decorrentes de empréstimos bancários já contraídos para investimento na modernização e inovação das explorações».

O executivo açoriano frisou também que vai «reforçar a procura de novos mercados para os lacticínios dos Açores», acrescentando que as negociações com o Canadá e com o Irão são os dois processos que estão «mais avançados».

Fonte: Lusa

Ministro da Agricultura defende que prejuízos dos suinicultores devem ser «suavizados

  04-01-2016 
 
 
O ministro da Agricultura reconheceu que os produtores nacionais de carne de porco estão a ser pagos a um preço inferior à média de referência e assinalou que é importante «suavizar o prejuízo» dos suinicultores.
 
«Temos uma pressão da oferta que tem vindo a pressionar os preços em baixa o que torna a vida muito difícil para os produtores», afirmou Capoulas Santos à saída de uma reunião, em Lisboa, que visou «aprofundar e fomentar o diálogo» entre as diversas partes envolvidas na cadeia de valor: produção, indústria e distribuição.
 
O mais importante no imediato, destacou o ministro, «é procurar que os preços permitam suavizar os prejuízos dos produtores», sendo necessário também «encontrar soluções de futuro com a abertura de novos mercados».
 
Uma das reivindicações da produção é precisamente que a carne seja adquirida de acordo com os preços de referência praticados na bolsa do porco para a Península Ibérica, a bolsa de Lérida.
 
«Os preços pagos aos produtores portugueses estão um pouco abaixo desse valor e é importante que esse nível de preços seja conseguido», admitiu o governante. O preço médio praticado na bolsa de Lérida anda na ordem dos 1,25 euros, mas em Portugal os produtores estão a receber apenas 1,05 euros por quilo de carne de porco.
 
Capoulas Santos considerou, no entanto, «que há uma grande vontade para encontrar soluções», mostrando confiança nas negociações bilaterais entre distribuição e indústria, que deverão continuar após a reunião desta segnda-feira.
 
O ministro relembrou ainda que o problema, que está a penalizar não só os produtores nacionais como também os europeus, em geral, tem a ver com o excesso de oferta, já que parte da produção que era canalizada para o exterior deixou de o ser, devido nomeadamente ao embargo russo e à crise económica em países como Angola ou a Venezuela.
 
Sobre os problemas de rotulagem que têm sido denunciados pelos produtores e que motivaram a intervenção das autoridades em algumas grandes superfícies, Capoulas Santos adiantou que «houve consenso» entre os agentes económicos que participaram na reunião de hoje, no sentido de dar mais visibilidade à identificação da origem da carne, «designadamente através da aposição da bandeira nacional» na carne embalada ou cortada em fresco.
 
Fonte: Lusa

COI prevê subida na produção mundial de azeite


por Ana Rita Costa- 4 Janeiro, 2016

Produção de azeite sofre quebra de 32% face à campanha anterior

O Conselho Oleícola Internacional (COI) prevê que a produção mundial de azeite atinja as 2.988.500 toneladas na campanha de 2015/2016, o que corresponde a um aumento de 22,2% face à campanha anterior.

De acordo com a organização, da produção total de azeite prevista, 2.049.500 toneladas deverão ser provenientes da União Europeia, mais 42,9% face à campanha de 2014/2015. Espanha continuará a liderar a lista dos maiores produtores, com 1.300.000 toneladas de azeite produzidas, um incremento de 54,5% face ao período homólogo.

Depois de Espanha segue-se Itália, que apesar da ameaça da xylella fastidiosa deverá registar uma produção de 350.000 toneladas (+57,6%), seguida da Grécia, com 300.000 toneladas, um valor que se assemelha ao da campanha anterior, e de Portugal, com uma previsão de 82 000 toneladas, mais 34,4% do que na campanha anterior.

Depois dos produtores da UE, entre os maiores produtores de azeite desta campanha deverão estar a Síria, com 215.000 toneladas, e a Turquia, com 143.000 toneladas.

Por outro lado, e de acordo com dados do COI, o consumo mundial de azeite deverá ascender aos 2.989.000 de toneladas, o que supõe um aumento de 4,6% face à campanha anterior, com a União Europeia a manter-se na dianteira como a região que mais consumirá azeite, com um total de 1.615.000 toneladas (+5,4%).

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Universidade de Aveiro avalia pegada de carbono da cortiça



 03 Janeiro 2016, domingo

"Pegada de Carbono da Cortiça: das Árvores aos Produtos". Assim se designa o projeto desenvolvido pela Universidade de Aveiro (UA) – Departamento de Ambiente e Ordenamento/Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM) – e pelo Instituto Superior de Agrono­mia – Departamento de Recursos Naturais, Ambiente e Territó­rio/Centro de Estudos Florestais (CEF).
Este projeto teve como objetivo avaliar a pegada de carbono do setor da cortiça em Portugal, ou seja, as emissões e remoções de gases com efeito de estufa em todo o setor, desde a floresta até ao destino final dos produtos, incluindo o seu pro­cessamento industrial.
No que respeita ao sequestro de carbono pelo montado, o estudo conclui que o montado de sobro da Herdade da Machuqueira do Grou (Coruche) representou um sequestro de carbono de cerca de 250 g C / m2 / ano (média de 2009 a 2014), tendo sido um sumi­douro mesmo nos anos secos de 2009 e 2012.
Este resultado con­firma a estabilidade deste montado de sobro em termos de se­questro de carbono e contrasta com os resultados obtidos num montado de azinheira de menor densidade na região de Évora com um balanço próximo de zero em anos secos.
Os resultados preliminares indicam, ainda, que o descortiçamento não teve impactes significativos no balanço de carbono ao nível da árvore e do ecossistema mesmo no ano seco de 2015.
No ponto do projeto referente à acumulação de carbono nos produtos de cortiça, o mesmo estudo conclui que os produtos de cortiça produzidos a partir de cortiça nacional constituem re­servatórios crescentes de carbono, quer durante a sua utilização quer quando são depositados em aterro, tendo acumulado entre 40 e 70 mil t C/ano nos últimos 15 anos.
Assim, a utilização de produtos de cortiça contribui para a mitigação das alterações cli­máticas, quer pela sua capacidade de acumular carbono quer pelo facto de substituírem produtos alternativos mais intensivos do ponto de vista energético.
O modelo de cálculo desenvolvido no projeto permite que os produtos de cortiça passem a ser in­cluídos nos inventários nacionais de gases com efeito de estufa, tal como já sucede com os produtos de madeira.
De realçar que o projecto foi desenvolvido entre julho de 2013 e novembro de 2015, sendo que as várias fases do estudo e o con­junto de informação que foi produzida durante a sua execução está disponível aqui.
A Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) foi a entida­de promotora do projeto no âmbito do Concurso de Projetos de Investigação Científica e Desenvolvimento Tecnológico de 2012.
O projeto foi financiado por fundos nacionais através da FCT e por fundos do Fundo Europeu de Desenvolvimento Re­gional através do Compete – Programa Operacional Fatores de Competitividade.
Para a Associação Portuguesa da Cortiça (Apcor) «este é um estudo que vem comprovar a importância do montado e da cor­tiça para a preservação do meio ambiente, na medida em que em todo o ciclo da sua produção a cortiça assume um papel de pro­duto amigo do ambiente».
Fonte: Económico 

Governo dos Açores atribui apoio extraordinário de 3,3 milhões de euros aos produtores de leite



O Governo Regional dos Açores anunciou hoje que vai conceder em janeiro um apoio extraordinário de 45 euros por animal a cerca de 87% dos produtores de leite do arquipélago, num total de 3,3 milhões de euros.

"Este apoio, relativo ao último ano, é extensivo a 2016 e integra o pacote de medidas determinadas pelo executivo regional face aos efeitos negativos do prolongamento do embargo russo e da recessão dos mercados emergentes nos preços pagos à produção em toda a Europa", frisou a secretaria regional da Agricultura e Ambiente, numa nota publicada pelo Gabinete de Apoio à Comunicação Social do Governo Regional.
Segundo o executivo açoriano, o apoio orçado em 3,3 milhões de euros é suportado pelo orçamento regional, não tendo implicações nas dotações das ajudas do POSEI, programa de apoio comunitário específico para as regiões ultraperiféricas (RUP) como os Açores.
No orçamento regional para 2016, as verbas destinadas à agricultura foram reforçadas em cerca de 12 milhões de euros.
A secretaria regional da Agricultura e Ambiente salientou, na mesma nota, que vai aplicar em 2016 um programa de reestruturação do setor leiteiro, que permite "a saída condigna aos produtores que, eventualmente, pretendam deixar atividade, contribuindo para o rejuvenescimento do setor e emparcelamento das explorações e, por esta via, para o aumento da sua competitividade".
A tutela adiantou ainda que será disponibilizada aos agricultores "uma linha de crédito semelhante à que existiu com a designação de SAFIAGRI, para alivar os custos financeiros decorrentes de empréstimos bancários já contraídos para investimento na modernização e inovação das explorações".
O executivo açoriano frisou também que vai "reforçar a procura de novos mercados para os lacticínios dos Açores", acrescentando que as negociações com o Canadá e com o Irão são os dois processos que estão "mais avançados".
Dinheiro Digital/Lusa

domingo, 3 de janeiro de 2016

Do Vietnã à Austrália, El Niño abate agricultura



Por LUCY CRAYMER, de Hong Kong
Segunda-Feira, 28 de Dezembro de 2015 00:03 EDT

Duas mil cabeças de gado do pecuarista Troy Setter vêm trilhando caminhos centenários através dos campos da Austrália, alimentando-se da grama ao longo das estradas para ganhar peso antes do abate.

Embora faça lembrar uma era distante, essa migração não é uma viagem nostálgica. O El Niño mais severo dos últimos 20 anos reduziu as pastagens no leste da Austrália, deixando os animais sem comida suficiente.

A Consolidated Pastoral Company, empresa da qual Setter é o diretor-presidente, recorreu ao método antigo de levar a boiada a outras pastagens para evitar alguns dos problemas que o El Niño está causando aos negócios. Já alguns agricultores estão se beneficiando de preparações anteriores para períodos de seca ou simplesmente da sorte, mas as lavouras em geral estão com a produtividade baixa, inclusive as de arroz, o principal alimento da região.

Desde maio, o El Niño trouxe altas temperaturas e chuvas abaixo do normal para o leste da Austrália, o Sudeste Asiático e a Índia. As condições mais secas aumentam o custo e o tempo necessário para cultivar muitos produtos agrícolas, um fator que vem elevando os preços no segundo semestre de 2015. Os futuros das commodities agrícolas vêm subindo desde junho, com o óleo de palma da Malásia em alta de 9,6% e o açúcar demerara, de 25%.

Outras regiões têm se beneficiado do fenômeno climático. Na América do Sul e nos Estados Unidos, o El Niño trouxe condições meteorológicas ideais para a agricultura, o que resultou numa grande produção de grãos.

Depois do terceiro ano de seca em algumas regiões da Austrália, os vaqueiros estão usando a marcha dos animais para elevar o peso do gado antes de chegar aos confinamentos, onde eles serão engordados até o abate. A Consolidated Pastoral Company transportou de caminhão uma pequena parte de seu rebanho de 375 mil cabeças desde o Estado australiano de Queensland, no oeste do país, até Goondiwindi, no sul, onde eles estão sendo conduzidos pela fértil região de Narrabri, no Estado de New South Wales. Depois, o rebanho ou vai voltar para a fazenda da empresa, caso a seca termine, ou será enviado para confinamentos na Indonésia.

Graças a seu porte e abrangência, a Consolidated Pastoral Company conseguiu, em grande parte, proteger-se do impacto do El Niño, diz Setter. Outros pecuaristas australianos cujas terras se concentram nas regiões afetadas pela seca não tiveram a mesma sorte, sendo forçados a reduzir seus rebanhos.

Nos últimos 30 anos, os pecuaristas australianos introduziram uma raça americana de gado mais apropriada a condições quentes e secas. A raça Brahman agora representa cerca de 17% do gado australiano e uma proporção ainda maior carrega material genético dela. O gado possui um couro escuro para proteger-se das queimaduras de sol, tem pelos mais curtos, urina como menos frequência e é capaz de se alimentar de ração de menor qualidade, diz John Croaker, gerente-geral da Associação de Criadores de Brahman da Austrália Ltd.

A seca também se tornou um desafio para os produtores de café na Ásia, mas os investimentos deram resultado. No Vietnã, os sistemas de irrigação que foram instalados gradualmente desde a década de 90 têm ajudado os produtores a anular os efeitos das chuvas fracas durante a maior parte de 2015, diz Aurelia Britsch, analista da firma de pesquisa BMI Research em Cingapura.

Cerca de 25% dos 445 mil hectares de cafezais na província de Dak Lak, por exemplo, agora têm acesso à irrigação. No início deste ano, o governo prometeu melhorar e ampliar o sistema atual.

As iniciativas se somariam ao programa que o Banco Mundial iniciou no ano passado para fornecer irrigação e drenagem a cerca de 83 mil hectares de terras cultiváveis até 2020. Até agora, a instituição completou cerca de 14% do programa.

"Graças aos bons sistemas de irrigação desenvolvidos nos últimos 20 anos e à boa gerência da irrigação, os agricultores estão conseguindo resistir às secas recentes", diz Cuong Hung Pham, que supervisiona os vários projetos de irrigação do Banco Mundial no Vietnã.

Mesmo com esses sistemas, a Associação de Café e Cacau do Vietnã afirma que espera uma queda de 10% na produção deste ano até 1 de outubro, em relação ao mesmo período de um ano atrás, em parte devido à seca.

Alguns produtores de óleo de palma da Indonésia, contudo, também contaram com a sorte. Uma nova variedade da planta cultivada nos últimos anos é mais resistente à seca.

As palmeiras não foram desenvolvidas especificamente para esse propósito. Elas foram criadas para produzir um fruto com maior produtividade e maior quantidade de óleo em condições climáticas ideais, diz Jean Pierre Caliman, diretor do Instituto de Pesquisa Smart, subsidiária da Golden Agri-Resources Ltd., uma holding que investe no setor de óleo de palma.

"Parece que a produtividade permanece mais elevada, comparada às variedades anteriores, quando o clima é menos favorável para o óleo de palma, incluindo a seca", disse ele.

Mesmo com essas novas variedades de planta e outras medidas para reduzir os efeitos da seca, o conglomerado malaio Sime Darby Bhd. estima que o El Niño tenha feito a produtividade recuar entre 8% a 10% no período de 12 meses encerrado em junho, principalmente na Indonésia, diz um porta-voz da empresa.

Muitos agricultores em toda a região não podem fazer nada para evitar que as plantas morram antes da colheita. A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura já projeta que a produção global de arroz caia em 2015 devido às condições meteorológicas e poderá recuar ainda mais nos próximos meses, dependendo do impacto do El Niño. O governo australiano reduziu as expectativas de uma safra abundante de trigo, após a produtividade ter sido prejudicada pela escassez de chuvas nas semanas anteriores à colheita.

Agricultores podem continuar a aplicar pesticidas desde que façam formação até maio

2/1/2016, 13:27

O ministro da Agricultura anunciou que os agricultores que estavam impossibilitados de usar pesticidas vão poder continuar a fazê-lo desde que façam formação até 31 de maio.

O controlo para atribuição dos apoios comunitários começa em 1 de junho, daí que a data para a conclusão do primeiro módulo do curso tenha sido fixada a 31 de maio
ANTÓNIO COTRIM/LUSA

O ministro da Agricultura, Capoula Santos, anunciou, este sábado, que os 260 mil agricultores que estavam impossibilitados de utilizar pesticidas nas suas explorações por falta de certificação vão poder continuar a fazê-lo desde que façam formação até 31 de maio.

Em declarações à Lusa, à margem das visitas a algumas explorações hortícolas em Canaviais, uma freguesia do concelho de Évora, o ministro da Agricultura explicou que, desde 26 de novembro – dia em que o atual Governo tomou posse -, os agricultores e cidadãos estão impedidos de aplicar ou adquirir pesticidas se não tiverem certificação.

Em causa está uma diretiva comunitária que foi transposta em 2013 para a legislação portuguesa e que determinou que, a partir de 26 de novembro de 2015, qualquer agricultor ou cidadão que não tivesse um curso de formação sobre aplicação de pesticidas ficasse impedido de o fazer.

"A situação com a qual fui confrontado foi a de que, em cerca de 300 mil agricultores que existem em Portugal, apenas 40 mil tinham feito este curso", disse Capoulas Santos.

Isto quer dizer que os restantes 240 mil e mais os "muitos milhares de cidadãos que aplicam fitofarmacêuticos nos seus jardins ou noutras circunstâncias ficam impossibilitados de o fazer ou até de adquirir estes produtos nas lojas de especialidades", por razões de segurança, adiantou.

Perante esta situação, o ministro disse que foi necessário "encontrar uma solução" que permitisse aos agricultores continuar a exercer a sua atividade sem problemas.

Nesse sentido, foi publicado um decreto-lei no dia 30 de dezembro, que entrou em vigor no dia seguinte, que permite que os agricultores possam continuar a adquirir e a aplicar produtos fitofarmacêuticos até maio, desde que estejam inscritos numa ação de formação no Ministério da Agricultura, nas organizações de agricultores ou em entidades privadas que organizem esta formação.

"Pretende-se desta forma que este enorme universo de 240 mil pessoas para as quais não foi possível encontrar solução nos últimos dois anos possam agora continuar a exercer a sua atividade e possam ser organizadas as ações que permitam que ao longo deste tempo seja possível" conferir-lhes formação, sublinhou Capoulas Santos.

Questionado sobre as razões pelas quais estes agricultores não fizeram formação, o ministro disse que "escapam um pouco" à sua compreensão porque houve dois anos para tratar este problema.

"Ou não houve suficiente divulgação ou não houve perceção da existência deste problema. Enfim, não posso responder pelo passado, compete-me agora responder pelo futuro e, para já, a solução encontrada foi esta", adiantou.

Esta solução continua a exigir que a formação seja ministrada, mas "permite que os agricultores continuem a sua atividade e não sejam punidos", disse Capoulas Santos, explicando que outra consequência da falta de formação era uma eventual perda de ajudas comunitárias, quando os agricultores fossem controlados

Segundo o ministro, o sistema de controlo para atribuição dos apoios comunitários começa em 1 de junho, sendo por esta razão que foi fixada a data de 31 de maio para a conclusão do primeiro módulo do curso.